Tudo começou pela manhã, quando Sergei Opanasovich saiu do escritório para encontrar o carteiro que entregava a correspondência diplomática. Perto de um banco, debaixo de uma velha cerejeira, ele viu uma grande carteira. Não havia ninguém por perto...
A sua esposa partiu em um cruzeiro pelo norte da Europa no navio «Jewel of the Seas», então Sergey Opanasovich estava solitário e um pouco triste. Desta vez, ele se recusou a viajar com ela — nos últimos anos, ele já estava cansado de Amsterdã, Belfast e Liverpool. Mas ele não lhe contou sobre as viagens pelo Mar do Caribe, que já estavam planejadas para o inverno. Portanto, Sara Ivanovna ainda não sabia dessa viagem. Enquanto isso, Sergei Opanasovich já via Ocho Ríos às vezes, até mesmo em sonhos. Ele amava a Jamaica. As suas praias de areia branca, a vegetação florida, as montanhas verdes envoltas em neblina não o deixavam indiferente.
Mas enquanto a sua esposa admirava as paisagens marítimas pela janela da cabine e procurava o monstro do Lago Loch Ness em Inverness, ele continuava a ir para o trabalho e a desfrutar da pesca com os amigos.
Ele olhou em volta e pegou o seu achado. A carteira velha, castanha e muito gasta parecia um pouco volumosa demais. Como se viu, o volume do artigo de couro era devido a um objeto muito parecido com uma pen drive. À primeira vista, nada de anormal, mas dentro havia um minúsculo localizador GPS. Além disso, havia 5.000 euros, uma carta de condução em nome de Vitalina Klyuchko, vários cartões de visita e um bilhete velho e usado para um concerto dos Okean Elzy. Mas Serguiy Opanasovich não conseguia se livrar da estranha sensação de que essa carteira era destinada a ele e que o pen drive certamente continha algo importante ou alguma informação secreta. Ao abrir e examinar o bilhete, viu, escritas a lápis químico fino, as palavras Civitavecchia Barcelona Marselha Génova Florença Pireu Santorini Bodrum Mykonos Kotor Portofino Corfu. Nada mal. Provavelmente, palavras muito importantes, pensou ele.
Ele decidiu encontrar o dono — simplesmente ligar para a delegacia e devolver a carteira parecia errado. Pareceu-lhe que um dos cartões de visita era a chave para alguma aventura. E ele gostava de aventuras. Ele ligou para o número indicado no cartão de visita, mas ninguém atendeu. Então, preciso tentar novamente mais tarde, pensou ele, mas não teve tempo de ligar de volta. Uma hora e meia depois, recebeu uma chamada de um número desconhecido.
Uma voz rouca perguntou quem estava a ligar e qual era o assunto. Sergui Opanasovitch contou brevemente a história do achado e concordou em devolvê-lo pessoalmente quando se encontrassem.
Acontece que não era uma carteira comum, mas um pen drive incomum. Embora dentro houvesse um minúsculo rastreador GPS com a bateria descarregada, o que tinha grande valor para o desconhecido eram as palavras escritas no bilhete antigo.